Estudo Apple Heart – novos paradigmas e desafios para a pesquisa clínica

Novos paradigmas estão rapidamente emergindo no meio dos estudos clínicos. A partir do APPLE HEART STUDY, novos desenhos estão surgindo, sobretudo os estudos clínicos digitais. Uma nova modalidade de recrutamento da amostra, coleta e análise de dados. Os gadgets inovam a ponto de possivelmente passarmos a descrever o estudo como digital ou não digital. Imagine você começando seu clássico parágrafo com: “ Trata-se de estudo multicêntrico, randomizado, duplo-cego e digital”.

Este estudo foi projetado com recursos pragmáticos, como um aplicativo para inscrição, um dispositivo “vestível” (Apple Watch) para coleta de dados e pesquisas eletrônicas para resultados relatados pelos participantes que permitiram um alto volume de inscrição de pacientes e dados de acompanhamento.

O Apple Heart study foi um estudo digital prospectivo, de braço único e sem local, projetado para avaliar a capacidade de um dispositivo wearable de detectar fibrilação atrial, arritmia esta extremamente comum na prática clínica e relacionada indiretamente no tão temido acidente vascular cerebral (AVC).

O estudo foi de grande impacto na comunidade científica, trouxe soluções como a facilidade de uma coleta passiva de dados com fluxo totalmente digital, aliviando a carga em partes do participante e pesquisador. Porém, cheio de novos questionamentos e desafios, tais como: estabelecimento de uniformização social no perfil epidemiológico da amostra, individualização será repensada no que tange a coleta de informações e principalmente como avaliar desfechos clínicos. Novas perspectivas foram derivadas, abrindo caminho para projetos futuros com ênfase no gerenciamento de dados e metodologia científica. Portanto, vamos acompanhar as cenas do próximo capítulo.

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